CENTRO TEATRAL IMPROVISARTE
Entre 2007 e 2008 – O Centro Teatral ImprovisArte (CTI) levou as discussões sobre diversos tópicos relacionadas com os jovens e seus intercâmbios para a Oficina CTI realizada na Escola Estadual Nelson Rodrigues, Comendador Soares. Neste curso se orientava aos jovens não somente em relação às técnicas teatrais, mas também em relação às drogas, criminalidade, gravidez na adolescência, responsabilidade social, consciência coletiva, atuação sócio-política.
Através das interações com o GDDUrb a Oficina passou a abordar também questões pertinentes à violência doméstica e respeito ao meio ambiente, racismo e machismo. A escola se localizava em um Bairro onde havia um braço da facção criminosa ADA (o Barroso) e um braço do Comando Vermelho (a Tenda). Estas facções estavam sempre em guerra, deixando então os alunos sempre em clima de expectativa de um conflito eminente.

Palestra sobre motivação profissional com José Eudes e Nadjila Radjila para os alunos do CTI; e Turma CTI apresentando ‘Desconstrução’
Acima: Wellington Pádua e Antônio Marcos alunos da CTI apresentando ‘Boca de Ouro’ de Nelson Rodriges no espaço Caixa Preta (Retiro dos Artistas). Abaixo: Jessé Portela aluno da CTI em ‘Monólogos de Nelson’ no Espaço Caixa Preta, no Retiro dos Artistas. Direção Adriana Rolin, Maurício Oliveira e Rômulo Moralles (2008).
A construção de um Ethos Guerreiro e da sensação de proteção pela facção e por meio do ingresso em grupos criminosos é um atrativo que o CTI por meio da arte buscou desmistificar e desconstruir para que os jovens que moravam no entorno vissem o envolvimento com as artes e o engajamento político como solução para os seus problemas, no lugar de buscar um lugar ao sol por meio da delinqüência juvenil, que se refletia em suas músicas, estilo de vida e linguagem.
O fruto mais recompensador destas oficinas é ver a seriedade com que os alunos encaram a carreira do teatro, tendo sido encaminhados pelo próprio CTI a outras CIAS para prosseguirem atuando. A trajetória que os alunos CTI estão traçando servem de inspiração para que nossos norteadores e professores aprimorem cada vez mais sua metodologia, ampliando a cada dia a família ImprovisArte.

Estas Oficinas conceberam um ambiente de reflexão e de crescimento sócio-político ao mesmo tempo em que se constituiu em um contato elementar e primordial com o universo das artes para estes alunos.

Cico Caseira (Professor da CUFA e Diretor do Retiro dos Artistas) sendo entrevistado por Maurício no Espaço F.A.M.A.
Em setembro, outubro e novembro de 2009 – O CTI promoveu o ‘Sábado Liberado’, uma seqüência de apresentações no Espaço F.A.M.A. que visava tornar acessível ao público jovem a chance de experimentação da atuação no palco. Neste evento os atores amadores puderam, sem nenhuma pré-inscrição e sem distinção ou definição de níveis de aquisição das técnicas, se apresentarem ganhando assim confiança e se familiarizando com o seu espaço de crescimento como ator.
Neste evento se discutiu através de uma série de entrevistas o valor da educação, a socialização por meio do teatro e a Teatroterapia entre outros tópicos pertinentes.
Esta série de entrevistas representou para o público do evento uma oportunidade de contato com opiniões e perspectivas de grandes nomes do meio teatral, gerando nos jovens atores um espírito analítico a respeito do papel social do ator.
Marcelo Bragança, um dos diretores do ‘Grupo tá na rua!’, e ainda Adriana Rolin, jornalista, Diretora e Professora do Projeto F.A.M.A., foram outras grandes personalidades que cederam entrevistas para o Diretor do CTI, Maurício Oliveira, no ‘Sábado Liberado’.